Mês: setembro 2013

Secretaria de Educação abre amanhã concurso para 59 mil professores

A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo abrirá inscrições nesta quinta-feira para um concurso de professores que oferece 59 mil vagas. O candidato poderá se inscrever até o dia 16 de outubro. A taxa de inscrição será de R$ 29, segundo o órgão. 

A previsão é de que a prova aconteça no dia 17 de novembro e seja realizadas nas 91 diretorias de ensino do Estado. 

Das 59 mil vagas de docentes noconcurso, 20 mil profissionais devem começar a trabalhar ainda no primeirosemestre letivo de 2014. O salário inicial de um professor da rede que dá aulas nos anos finais do ensino fundamental e médio por 40 horas semanas é de R$ 2.257,84. Segundo a pasta, em 2014 a remuneração chegará a R$ 2.415,89.

O processo seletivo do concurso se divide em duas etapas, uma avaliação de títulos e o exame que acontece no dia 17 de novembro. A prova terá 80 questões objetivas e 2 dissertativas. O conteúdo da prova se refere à formação básica do professores e à formação específica de cada disciplina. Informações sobre bibliografia estarão noportal da secretaria

Cada candidato deverá indicar ao menos uma diretoria de ensino em que deseja trabalhar. 

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Sinopse: Nicki (Emma Watson), Marc (Israel Broussard), Rebecca (Katie Chang). Sam (Taissa Farmiga) e Chloe (Claire Julian), entre outros jovens de Los Angeles têm em comum uma vida meio vazia, de pais ausentes, como Laurie (Leslie Mann), mãe de Nicki, que não tem a menor noção do que as filhas estão fazendo nas ruas, durante o dia e, pior, durante a noite. Fascinados pelo mundo glamuroso das celebridades das revistas, como Paris Hilton, e artistas como Kirsten Dunst, o grupo começa a fazer pequenos assaltos na casa dessas pessoas, quando descobrem que entrar nas residências deles não é nada difícil. Cada vez mais empolgados com “os ganhos”, o volume dos saques desperta a atenção das autoridades, que decidem dar um basta nos crimes dessa garotada sem limites. Baseado em fatos reais. Fonte: Adoro Cinema

Nome Próprio

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Sinopse: A história de Camila, uma jovem mulher empenhada em se tornar escritora. Sua vida é sua narrativa. Camila é intensa, corajosa e quer a sua literatura como um ato de revelação. É um filme sobre a paixão de Camila e seu esforço para bancá-la. Sobre uma personagem feminina que encara abismos e retira disso a força que necessita para existir. Fonte: CinePlayers

A menina no país das maravilhas

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Sinopse: Phoebe Lichten (Elle Fanning) sonha em participar da peça “Alice no País das Maravilhas”, que será encenada na sua escola, mas é sempre rejeitada pelos colegas de classe. Isto faz com que seu comportamento piore cada vez mais, preocupando seus pais, Hillary (Felicity Huffman) e Peter (Bill Pullman). Eles tentam ajudar a filha, mas Phoebe prefere se esconder em suas fantasias. Aos poucos, ela passa a confundir a realidade com seus sonhos. Fonte: Adoro Cinema

 

Bullying

Muito se tem falado sobre o bullying e,por mais próximos que possamos estar de um mundo pós moderno, há situações comportamentais imprescindíveis para a nossa espécie, entre elas uma palavra chamada limite,em que os pais e educadores apresentam medo,e um receio de dizer não , a insegurança mediante a tirania dos filhos, e a omissão deste “não”, consequentemente pode acarretar danos sérios ao futuro cidadão e risco para os demais, visto que para tudo há um limite.

BÁRBARA PAZ MOSTRA FOTO DE ATRIZES DE ‘LUTO’: ‘PELO BRASIL’

Saiu no Ego:

 A atriz compartilhou imagens em seu perfil do Instagram, na tarde desta quinta-feira, 19.

Bárbara Paz e outras atrizes da novela “Amor à vida” vestiram preto e posaram de “luto” na tarde desta quinta-feira, 19. As fotos, onde também posaram Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathalia Timberg e Susana Vieira, foram compartilhadas por Bárbara em seu perfil do Instagram. “Atrizes em luto pelo Brasil!”, escreveu a intérprete da personagem Edith na legenda. O motivo da manifestação das atrizes é a decisão do Supremo Tribunal Federal, que poderá conceder aos políticos condenados no processo do escândalo do mensalão a possibilidade de novo julgamento e, consequentemente, o adiamento da prisão dos envolvidos no caso.

Procurada pelo EGO, Rosamaria Murtinho contou que, ao saberem da decisão, alguns atores do elenco da trama de 21h conversaram sobre o assunto e decidiram demonstrar sua indignação. “Ontem estávamos conversando e tivemos a ideia de vir para o trabalho hoje usando a cor preta. O que está acontecendo é um absurdo, querem desmoralizar o STF, que é a última instância do poder e deve ter suas decisões respeitadas. Eu estou de luto pelo Brasil”, afirmou a atriz.

(…)

 Amigo navegante  Anselmo Braga nos envia outra foto, publicada em seu facebook:

Morre Luiz Gushiken aos 63 anos O ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula e fundador do PT lutava contra um câncer

Fernando Gallo – O Estado de S. Paulo

 

O ex-ministro Luiz Gushiken morreu na noite desta sexta-feira, 13, em São Paulo, aos 63 anos, em decorrência de um câncer. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês.

 

Nascido em Osvaldo Cruz (SP), em 1950, Gushiken foi sindicalista, deputado federal e ministro da Comunicação Social Durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

À época da ditadura, militou na tendência Liberdade e Luta (Libelu), braço da Organização Socialista Internacionalista, de orientação trotskista.

 

Formou-se em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas em 1979. Antes começou carreira de escriturário no banco Banespa, onde trabalhou entre 1970 e 1999. Ocupou diversos cargos no Sindicato dos Bancários e chegou a presidente da categoria.

 

Fundador do PT, ocupou diversos cargos no partido, entre eles o de vice-presidente e o de secretário sindical nacional. Ele também foi um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

 

Gushiken chegou a ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República junto com outras 39 pessoas no processo do mensalão. Ele era acusado de peculato. Em 2011, a própria PGR pediu sua exclusão do processo por falta de provas, e o Supremo Tribunal Federal o tirou da lista de réus.

Gushiken coordenou a campanha de Lula em 1989 e 1998. Deixa a mulher, Elizabeth, e três filhos.

PR: Aluna transexual recorre ao Estado para usar nome feminino na escola

Em Curitiba, uma estudante transexual de 15 anos recorreu à Seed (Secretaria da Educação do Paraná) para poder ser tratada pelo nome social na escola particular em que estuda. Apesar de seu registro civil trazer um nome masculino, a aluna quer ser chamada pelo nome social feminino. A secretaria formou uma comissão para estudar o caso.

A história de V. chegou à Seed pelas mãos da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). No relato ao órgão público, a estudante afirma que tenta junto com os pais convencer a escola a usar seu nome social há cerca de três meses. “Não nos documentos ou provas ou diploma, somente informalmente, e, se possível, fazer um acordo com os professores de me chamarem de V. na chamada, mesmo que no papel conste meu nome civil”.

Apesar disso, prossegue o relato, a escola “não permite e diz que não é possível, pois pode ser acusada de estar me ‘incentivando'”. Segundo a estudante, o uso do nome masculino a faz sentir vulnerável a reações preconceituosas. “Me sinto vulnerável, já que eles me chamam
pelo meu antigo nome na frente de desconhecidos, causando desconforto. Possivelmente fico vulnerável a sofrer transfobia, já que poucos sabem de minha condição sem eu contar”.

“Tivemos uma reunião com o fórum estadual de Educação nessa quarta (11). Formou-se uma comissão a qual serão convidados Ministério Público, Sinepe (Sindicato das Escolas Particulares do Paraná) e sindicatos de professores para debater o caso e criar uma norma clara no Conselho Estadual da Educação para adolescentes”, informou Toni Reis, secretário de Educação da ABGLT.

Procurada pela reportagem, a Seed confirmou, via assessoria, que criou a comissão, mas que não poderia interferir no caso por se tratar de escola particular. 

“Quando há concordância dos pais, como no caso de V., o nome social deve ser utilizado. Temos um governador que se chama Carlos Alberto (Richa, PSDB), mas todos os chamam de Beto (Richa). É no trato social que deve ser usado o nome”, ele comparou.

“Boa vontade”

Nesta quinta (12), a secretária da escola onde estuda V., Suzana Puntel, disse ao UOL que iria encaminhar à Seed alguns documentos. “Eles é que definirão como devemos agir”, disse.

“Não fizemos nada de errado. É preciso de uma papelada legal [que defina a adoção do nome social]. Nós aceitamos a opção dela, não vemos nenhum problema. Mas há uma questão legal, burocrática. Se ela está matriculada com o nome de batismo, como vai assinar uma prova com outro nome?”, questionou Suzana.

“Queremos resolver o assunto da melhor forma possível”, afirmou a secretária. 

Em documento com data de 2009 enviado à reportagem pela Seed, lê-se que o Conselho Estadual de Educação aprovou “por unanimidade” parecer que tratou de caso semelhante, mas de aluno maior de 18 anos. “Somos favoráveis à inserção do nome social, além do nome civil, nos documentos internos do estabelecimento de ensino aos alunos travestis e transexuais maiores de 18 anos, que requeiram, por escrito, esta inserção”.

Segundo Toni Reis, o único Estado brasileiro que tem regulamentação para o uso do nome social por estudantes menores de idade com aprovação dos pais, atualmente, é o Ceará.

Fonte:uol.com.br

GLOBO COSPE NO GOLPE EM QUE COMEU E ENGORDOU O Tijolaço desmonta a hipocrisia dos filhos do Roberto Marinho. Ele estava certo. Eles é que estão errados.

Ao anunciar em editorial, no dia 2 de abril de 1964, que “ressurgia a Democracia”, Roberto Marinho estava certo.

Ele sempre apoiou TODAS as intervenções militares e Golpes para tirar do poder líderes trabalhistas.

Sempre foi Golpista, desde Vargas.

Portanto, apoiar o Golpe de 64 foi a decorrência inevitável de uma sangrenta tradição.

Os militares engordaram a Globo e a Globo engordou com eles.

Os militares criaram uma rede nacional de comunicação e, para concretizá-la e expandi-la, o “Dr” Roberto” criou o jornal nacional.

Foi essa “nacionalização” da rede de micro-ondas e a propagação da ideologia da “Revolução” que fortaleceu os dois: o Golpe e a Globo.

Um cevava o outro.

O mais patético do editorial da Globo que considera que “o apoio editorial Golpe de 64 foi um erro” é dizer que “Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade”.

O correto é “Roberto Marinho sempre esteve ao lado de seus interesses”.

Quando o Golpe deu o que tinha que (lhe) dar, com uma entrevista “denúncia” de Antonio Carlos Magalhães ao jornal nacional, Marinho “rompeu” com o Golpe e aderiu ao Tancredo.

Depois, co-governou o Brasil, o Ministério da Fazenda, o Banco Central e o Ministério das Comunicações do Governo Sarney.

Roberto Marinho sempre esteve do lado certo – de seus interesses.

Quem está errado são os filhos dele, que não têm nome próprio.

Cercados pelo Google, pela Receita Federal, pelo ECAD, pelo CADE e pelos jovens que lhes jogam estrume na porta, os filhos do Roberto Marinho cospem no prato em que comeram – e no pai que lhes deixou uma fortuna em deterioração.

Por isso, correm aos pés do Lula para pedir ajuda.

O velho estava certo.

Errados estão os filhos.

O pai sabia onde estava seu interesse.

Os filhos não sabem.

Perderam o rumo.

Se é que algum dia tiveram.

Em tempo: outra manifestação de farisaismo deste suposto arrependimento editorial é dizer que o Dr Roberto protegia os comunistas da redação do Globo. Como se a generosidade com dois ou três comunistas convertidos à causa Global e aos encantos do Departamento do Pessoal redimisse a empresa da cumplicidade com a tortura de milhares de brasileiros.

Recomenda-se a leitura do Tijolaço, implacável com a “conversão” dos pimpolhos ao anti-Golpismo: quá, quá, quá!

Em tempo: não deixe de ler também o Saul Leblon, da Carta Maior, sobre o editorial farisaico da Globo. Leblon reconstitui o apoio popular de que o Jango desfrutava, no IBOPE, quando “ressurgiu a Democracia” para a família Marinho … – PHA

Paulo Henrique Amorim

A GLOBO, AFINAL, COSPE NO GOLPE EM QUE COMEU E ENGORDOU
O Globo divulgou neste sábado à tarde um comunicado, em que reconhece que seu apoio ao Golpe de 64 foi um erro.

“Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.
Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.”

Não foi um erro, não.

Foi um crime, e deste crime as Organizações Globo beneficiaram-se lautamente, ao ponto de fazer com que a fortuna dos três herdeiros do capo Roberto Marinho constitua-se na maior do Brasil e uma das maiores do mundo.

Nenhum militar dos que tenham feito e servido à ditadura tem sequer um milésimo do que o regime deu aos Marinho.

Portanto, começemos assim, chamando as coisas pelo que elas são. Não erro, não “equívoco”.

Crime. Contra a democracia, contra o voto popular, contra a vida de milhares de cidadãos mortos pela ditadura que a Globo ajudou a fazer e a sustentar, e ganhando muito, muito, muitíssimo dinheiro com isso.

Esse dinheiro, certamente, a Globo não considera um “erro”, pois não?

Pois seu império nasceu ali, junto com a ditadura, com um negócio ilegal que o regime ditatorial tolerou e acobertou: a associação com o grupo Time e as fartas verbas que os EUA destinavam a evitar o “perigo comunista”, colocando a nascente e poderosa mídia, a televisão, nas mãos amigas de “gente confiável”.

A Globo usou esse poder. Em condições ilegais perante o Código Brasileiro de Telecomunicações que proibia a concentração de emissoras em todo o país nas mãos de um só grupo empresarial, comprou televisões em todo o Brasil, dissimulando-as na condição de “afiliadas”, quando são verdadeiras sucursais do grupo, presas inteiramente a seu comando e estratégia de negócios.

Para isso, lambeu as botas da ditadura e serviu-lhe de instrumento despudorado de propaganda.

O que seu editorial de hoje diz, ao procurar desvincular-se do horror da tortura e da morte, ao falar de como Roberto Marinho protegia “seus comunistas” é de uma indignidade sem par. Ou vamos entender que aquele que não era seu empregado poderia bem morrer sob seu silêncio, ou vamos entender que aqueles profissionais, que trabalhavam e contribuíam para o sucesso da empresa, merecem ser exibidos como “gatinhos de estimação”, gordos e protegidos, e “livres da carrocinha” que laçava outros pelas ruas deste país.

A Globo nunca teve vergonha de, nas palavras de seu Füher, “usar o poder” de que dispunha em benefìcio dos políticos e governantes de sua predileção, durante e depois do período militar.

Patrocinou a Proconsult contra Brizola. Manipulou o debate de 89 em favor de Collor e contra Lula. Apoiou desavergonhadamente a eleição de Fernando Henrique Cardoso, encobrindo-lhe a escapada conjugal desastrada, somando-se à manipulação eleitoral da nova moeda, promovendo a dilapidação das empresas pertencentes ao povo brasileiro, apoiando e dando legitimidade à vergonhosa corrupção que envolveu a aprovação da proposta de reeleição em causa própria.

Quem quiser provas disso, leia O Príncipe da Privataria, que chegou este final de semana às livrarias.

A autocrítica, que nos homens de bem é uma virtude e um momento a ser louvado, na Globo é apenas o que ela é: interesse em dinheiro transformado em sabujice.

Percebeu que o projeto Lula-Dilma não pode ser derrotado, malgrado todas as suas tentativas, e lança estes “mea culpa” fajutos para se habilitar – ainda mais, ainda mais! – aos dinheiros públicos do Governo, vício incorrigível de seu ventre dilatado e enxundioso.

Tudo na Globo é falso, como tive a honra de escrever há quase 20 anos para Leonel Brizola em seu famoso “direito de resposta” à Globo.

Nem o coro que diz que “voltou às ruas” – ele nunca saiu! – não é esse: é “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.

Porque o povo, que não é bobo, pode perdoar aqueles que erraram e mudaram sinceramente de atitude ao perceber seu erro.

A Globo, não.

Comeu cada côdea do rico pão que o regime lhe deu e só mudou de lado quando as ruas, inundadas pelas “Diretas-Já” tornaram o regime uma sombra em ruínas.

Seus jovens executivos, que planejaram este ato de contrição fajuto, com todos as suas melosidades e senões, são apenas pequenos maquiadores deste monstro que acanalhou a vida brasileira e que vai ter um fim mais rápido e ruidoso do que muitos imaginam.

Porque o povo não é bobo, sabe que a Globo é um cancro que precisa ser extirpado da vida brasileira.

E é por isso que grita o que a Globo não pode confessar:

Abaixo a Rede Globo!

PS. reproduzo, enojado, o texto editorial de O Globo.

APOIO EDITORIAL AO GOLPE DE 64 FOI UM ERRO

A consciência não é de hoje, vem de discussões internas de anos, em que as Organizações Globo concluíram que, à luz da História, o apoio se constituiu um equívoco

RIO – Desde as manifestações de junho, um coro voltou às ruas: “A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”. De fato, trata-se de uma verdade, e, também de fato, de uma verdade dura.

Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro.

Há alguns meses, quando o Memória estava sendo estruturado, decidiu-se que ele seria uma excelente oportunidade para tornar pública essa avaliação interna. E um texto com o reconhecimento desse erro foi escrito para ser publicado quando o site ficasse pronto.

Não lamentamos que essa publicação não tenha vindo antes da onda de manifestações, como teria sido possível. Porque as ruas nos deram ainda mais certeza de que a avaliação que se fazia internamente era correta e que o reconhecimento do erro, necessário.

Governos e instituições têm, de alguma forma, que responder ao clamor das ruas.

De nossa parte, é o que fazemos agora, reafirmando nosso incondicional e perene apego aos valores democráticos, ao reproduzir nesta página a íntegra do texto sobre o tema que está no Memória, a partir de hoje no ar:

1964

“Diante de qualquer reportagem ou editorial que lhes desagrade, é frequente que aqueles que se sintam contrariados lembrem que O GLOBO apoiou editorialmente o golpe militar de 1964.

A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É História. O GLOBO, de fato, à época, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como “O Estado de S.Paulo”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil” e o “Correio da Manhã”, para citar apenas alguns. Fez o mesmo parcela importante da população, um apoio expresso em manifestações e passeatas organizadas em Rio, São Paulo e outras capitais.

Naqueles instantes, justificavam a intervenção dos militares pelo temor de um outro golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos — Jango era criticado por tentar instalar uma “república sindical” — e de alguns segmentos das Forças Armadas.

Na noite de 31 de março de 1964, por sinal, O GLOBO foi invadido por fuzileiros navais comandados pelo Almirante Cândido Aragão, do “dispositivo militar” de Jango, como se dizia na época. O jornal não pôde circular em 1º de abril. Sairia no dia seguinte, 2, quinta-feira, com o editorial impedido de ser impresso pelo almirante, “A decisão da Pátria”. Na primeira página, um novo editorial: “Ressurge a Democracia”.

A divisão ideológica do mundo na Guerra Fria, entre Leste e Oeste, comunistas e capitalistas, se reproduzia, em maior ou menor medida, em cada país. No Brasil, ela era aguçada e aprofundada pela radicalização de João Goulart, iniciada tão logo conseguiu, em janeiro de 1963, por meio de plebiscito, revogar o parlamentarismo, a saída negociada para que ele, vice, pudesse assumir na renúncia do presidente Jânio Quadros. Obteve, então, os poderes plenos do presidencialismo. Transferir parcela substancial do poder do Executivo ao Congresso havia sido condição exigida pelos militares para a posse de Jango, um dos herdeiros do trabalhismo varguista. Naquele tempo, votava-se no vice-presidente separadamente. Daí o resultado de uma combinação ideológica contraditória e fonte permanente de tensões: o presidente da UDN e o vice do PTB. A renúncia de Jânio acendeu o rastilho da crise institucional.

A situação política da época se radicalizou, principalmente quando Jango e os militares mais próximos a ele ameaçavam atropelar Congresso e Justiça para fazer reformas de “base” “na lei ou na marra”. Os quartéis ficaram intoxicados com a luta política, à esquerda e à direita. Veio, então, o movimento dos sargentos, liderado por marinheiros — Cabo Ancelmo à frente —, a hierarquia militar começou a ser quebrada e o oficialato reagiu.

Naquele contexto, o golpe, chamado de “Revolução”, termo adotado pelo GLOBO durante muito tempo, era visto pelo jornal como a única alternativa para manter no Brasil uma democracia. Os militares prometiam uma intervenção passageira, cirúrgica. Na justificativa das Forças Armadas para a sua intervenção, ultrapassado o perigo de um golpe à esquerda, o poder voltaria aos civis. Tanto que, como prometido, foram mantidas, num primeiro momento, as eleições presidenciais de 1966.

O desenrolar da “revolução” é conhecido. Não houve as eleições. Os militares ficaram no poder 21 anos, até saírem em 1985, com a posse de José Sarney, vice do presidente Tancredo Neves, eleito ainda pelo voto indireto, falecido antes de receber a faixa.

No ano em que o movimento dos militares completou duas décadas, em 1984, Roberto Marinho publicou editorial assinado na primeira página. Trata-se de um documento revelador. Nele, ressaltava a atitude de Geisel, em 13 de outubro de 1978, que extinguiu todos os atos institucionais, o principal deles o AI5, restabeleceu o habeas corpus e a independência da magistratura e revogou o Decreto-Lei 477, base das intervenções do regime no meio universitário.

Destacava também os avanços econômicos obtidos naqueles vinte anos, mas, ao justificar sua adesão aos militares em 1964, deixava clara a sua crença de que a intervenção fora imprescindível para a manutenção da democracia e, depois, para conter a irrupção da guerrilha urbana. E, ainda, revelava que a relação de apoio editorial ao regime, embora duradoura, não fora todo o tempo tranquila. Nas palavras dele: “Temos permanecido fiéis aos seus objetivos [da revolução], embora conflitando em várias oportunidades com aqueles que pretenderam assumir a autoria do processo revolucionário, esquecendo-se de que os acontecimentos se iniciaram, como reconheceu o marechal Costa e Silva, ‘por exigência inelutável do povo brasileiro’. Sem povo, não haveria revolução, mas apenas um ‘pronunciamento’ ou ‘golpe’, com o qual não estaríamos solidários.”

Não eram palavras vazias. Em todas as encruzilhadas institucionais por que passou o país no período em que esteve à frente do jornal, Roberto Marinho sempre esteve ao lado da legalidade. Cobrou de Getúlio uma constituinte que institucionalizasse a Revolução de 30, foi contra o Estado Novo, apoiou com vigor a Constituição de 1946 e defendeu a posse de Juscelino Kubistchek em 1955, quando esta fora questionada por setores civis e militares.

Durante a ditadura de 1964, sempre se posicionou com firmeza contra a perseguição a jornalistas de esquerda: como é notório, fez questão de abrigar muitos deles na redação do GLOBO. São muitos e conhecidos os depoimentos que dão conta de que ele fazia questão de acompanhar funcionários de O GLOBO chamados a depor: acompanhava-os pessoalmente para evitar que desaparecessem. Instado algumas vezes a dar a lista dos “comunistas” que trabalhavam no jornal, sempre se negou, de maneira desafiadora.

Ficou famosa a sua frase ao general Juracy Magalhães, ministro da Justiça do presidente Castello Branco: “Cuide de seus comunistas, que eu cuido dos meus”. Nos vinte anos durante os quais a ditadura perdurou, O GLOBO, nos períodos agudos de crise, mesmo sem retirar o apoio aos militares, sempre cobrou deles o restabelecimento, no menor prazo possível, da normalidade democrática.

Contextos históricos são necessários na análise do posicionamento de pessoas e instituições, mais ainda em rupturas institucionais. A História não é apenas uma descrição de fatos, que se sucedem uns aos outros. Ela é o mais poderoso instrumento de que o homem dispõe para seguir com segurança rumo ao futuro: aprende-se com os erros cometidos e se enriquece ao reconhecê-los.

Os homens e as instituições que viveram 1964 são, há muito, História, e devem ser entendidos nessa perspectiva. O GLOBO não tem dúvidas de que o apoio a 1964 pareceu aos que dirigiam o jornal e viveram aquele momento a atitude certa, visando ao bem do país.

À luz da História, contudo, não há por que não reconhecer, hoje, explicitamente, que o apoio foi um erro, assim como equivocadas foram outras decisões editoriais do período que decorreram desse desacerto original. A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”

Por: Fernando Brito

Pesquisa aponta que 44% dos professores de SP já sofreram agressão nas escolas

Um levantamento feito com professores da rede estadual de ensino mostrou que 44% deles já sofreram algum tipo de violência nas escolas. Contratada pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), a pesquisa foi feita em 167 cidades entre janeiro e março deste ano.

Do total de professores que relataram ter sido vítimas de violência, 39% disseram ter sofrido agressão verbal, 10% assédio moral, 6% bullying e 5% disseram ter sofrido agressão física. ‘Isso é crescente e você não vê um recuo, pelo contrário. Tornou-se corriqueira a questão da violência na escola e acaba que você, ao longo do tempo, não vê uma diminuição desses números’, disse Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da Apeoesp.

Conforme o estudo, 42% dos professores disseram ter presenciado alunos sob efeitos de drogas e 29% afirmaram ver tráfico de drogas nas escolas. Além disso, 57% consideram violentas as escolas onde lecionam. Entre aqueles que trabalham em instituições no centro das cidades, 45% acham as escolas perigosas. Já os que atuam na periferia mostraram maior apreensão com a violência, 63% dos casos.

As principais vítimas são os professores homens, que lecionam no ensino médio. Disseram ter sofrido violência 65% deles, enquanto as mulheres representam 45% das vítimas. A maioria dos educadores (74%) acredita ainda que falta de respeito e de valores é a principal causa de violência nas escolas. Outros 49% apontaram ausência de educação em casa e 47% culparam a desestruturação familiar.

Para Maria Izabel, os números sobre violência nas escolas servem para justificar o alto número de educadores doentes. ‘Se eu casar a pesquisa da violência nas escolas com a pesquisa do adoecimento dos professores, fica claro que o grau de síndrome do pânico, estresse, advêm da agressão verbal, do assédio moral que eles sofrem nas escolas. Então, cresce o número de licenças médicas e isto acaba fazendo com que o professores se afastem’, disse.

Edição: Carolina Pimentel

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